HIFU: uma nova ferramenta para o tratamento do câncer de próstata

O que é?

O HIFU (High Intensity Focused Ultrasound) é uma das modalidades de tratamento para o câncer de próstata. Consiste em um aparelho capaz de emitir um ultrassom de alta intensidade em regiões direcionadas da próstata, provocando aumento de temperatura e consequente destruição da área planejada específica. Desta forma, é possível tratar a próstata de forma total ou até mesmo preservá-la, tratando regiões focais.

HIFU – Focal One

Como funciona?

Com o paciente anestesiado, o transdutor do ultrassom é inserido por via retal. Desta forma, é possível identificar a próstata e a área a ser tratada é planejada. O planejamento é bastante preciso, podendo dar margens de 1,7mm entre as áreas de aplicação da energia. Em seguida, o aparelho de forma robotizada, aplica o ultrassom de alta intensidade na área planejada, causando cavitação e necrose do tecido. Enquanto o ultrassom é aplicado, existe um controle em tempo real da movimentação do paciente, fazendo com que a máquina pare de disparar automaticamente, além da temperatura da parede retal, que é resfriada com um líquido ao redor do ultrassom, evitando lesões.

Indicações

Atualmente, o HIFU vem sendo empregado em dois cenários: resgate pós radioterapia e tratamento primário em tumores localizados com risco baixo e intermediário.

Tratamento de resgate pós radioterapia

Os pacientes com recidiva do câncer de próstata após radioterapia são classicamente tratados com bloqueio hormonal ou até mesmo a prostatectomia radical de resgate. Infelizmente ambos os tratamentos tem pontos bastante negativos. O bloqueio hormonal, apesar de controlar a doença, pode causar osteoporose, distúrbios metabólicos, depressão, etc. Já a cirurgia de resgate é bastante mórbida, com altas taxas de lesão de reto, fístulas urinárias. Com o HIFU, há a possibilidade de tratamento local da próstata através de um procedimento minimamente invasivo.

Tratamento primário

O HIFU por enquanto não substitui a cirurgia ou a radioterapia para o tratamento primário do câncer de próstata. Entretanto, alguns pacientes com câncer de próstata de baixo risco (Gleason 3+3) que não se encaixam em protocolos de seguimento vigiado e pacientes com câncer de risco intermediário (3+4) com pequeno volume, unilateral, restrito a próstata podem se beneficiar desse tratamento. Além do tumor, o urologista especializado deve levar em consideração o paciente de forma global, avaliando expectativa de vida, doenças e medicações prévias, bem como discutir amplamente os riscos e benefícios de cada tratamento

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